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segunda-feira, 27 de abril de 2015

Café timorense representa Timor-Leste na edição 2015 da Expo Milão

Cafe Timor/United Nations Photo
O café timorense é o embaixador de Timor-Leste na edição deste ano da Expo Milão, que decorre entre maio e outubro, com o "conto do agricultor de café" a marcar presença no `cluster` dedicado ao setor cafeeiro.

Segundo informam os organizadores na sua página online, a presença timorense mostrará como "os países em desenvolvimento podem competir em termos de qualidade e eficácia, através da agricultura orgânica e práticas de proteção ambiental confiáveis e sustentáveis".

Para isso conta a história do fazendeiro de café timorense que "experimentou não só os efeitos da colonização, guerras e revoluções políticas na sua fazenda, mas também teve que competir internacionalmente com outras nações produtoras de café muito maiores e já estabelecidas globalmente" tendo, para isso, apostado "na produção de café orgânico premium".

Segundo os organizadores o caso timorense ilustra o reconhecimento que existe desde a década de 1920 dos "potenciais benefícios de práticas de agricultura orgânica" com certificação correspondente.

Timor-Leste mostra como os agricultores mantêm registos detalhados de produção e venda como parte de uma "trilha de auditoria", mantém regras estritas de separação de produtos orgânicos de outros não certificados e realizam inspeções regulares às plantações.

Apesar dos custos adicionais, estas práticas, referem, garantem uma melhor gestão dos recursos e resultam em alimentação de maior qualidade e potencialmente mais saudável.

"Reduz poluição de pesticidas e fertilizantes artificiais, melhora a qualidade da água, aumenta a biodiversidade e reduz dependência na importação de combustíveis fósseis. É também uma agricultura multifuncional e diversificada que realmente apoia o desenvolvimento rural", sublinham os organizadores.

Visitantes ao `cluster do café` podem conhecer a história de Timor-Leste e os esforços que estão a ser feitos no país para alcançar produção alimentar sustentável e comércio justo.

Podem ainda experimentar as variedades de grão de café.

Recorde-se que no final de março o ministro da Agricultura timorense, Estanislau da Silva, disse no Parlamento Nacional que o executivo vai aprovar um novo programa para reforçar e aumentar a produção do café, com novas plantações e o rejuvenescimento das existentes, consolidando assim uma cultura "emblemática" do país.

"O café é prioridade do Ministério da Agricultura que está a incluir um programa revisto, praticamente novo. Queremos um reforço para o setor", disse Estanislau da Silva, que é também ministro de Estado e Coordenador dos Assuntos Económicos.

Considerando que o que tem sido feito até aqui é de "pequena dimensão" e apesar do apoio de organizações internacionais, o ministro disse que é necessário consolidar o setor que vai "merecer atenção especial do Governo".

Estimativas do setor do café timorense apontam a que, atualmente, cerca de 70 mil famílias timorenses recebam cerca de 250 dólares por ano, em média, pelas exportações do setor, um valor bastante reduzido.

Timor-Leste exporta anualmente cerca de 18 milhões de dólares em café.

Fonte: RTP
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=823738&tm=6&layout=121&visual=49

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